AVERSÃO À CLT? UMA REFLEXÃO SOBRE ESCOLHAS PROFISSIONAIS E ESTILO DE VIDA

A jornalista Ana Paula Mendes lançou recentemente um vídeo provocativo que convida a refletir: não se trata apenas de escolher entre carteira assinada ou trabalho autônomo, mas de pensar no estilo de vida que se quer construir. Conforme dados da Fundação Getúlio Vargas, cerca de 60% dos profissionais hoje trabalhando por conta própria prefeririam retornar à segurança da CLT, com rendimentos fixos e acesso a benefícios. Essa estatística evidencia a importância de compreender se as pessoas estão prontas para lidar com as incertezas que vêm com liberdade.

O vídeo destaca o descontentamento dos jovens com a rigidez do emprego formal — jornada longa, patrão, deslocamento e falta de tempo — um cenário cada vez mais criticado nas redes sociais e até por crianças, que já associam a CLT a “prisão”. Por outro lado, não basta substituir a formalidade por autonomia se faltar preparo financeiro ou previdenciário: sem contribuição regular, não há aposentadoria, auxílio-doença ou licença-maternidade garantida.

Em contrapartida, Ana Paula aponta que o modelo CLT também precisa de modernização: salários mais dignos, jornadas humanizadas e uma mobilidade urbana compatível com a vida contemporânea. Afinal, manter o emprego formal com condições precárias não atrai jovens nem oferece qualidade de vida. A jornalista faz questão de frisar que a questão não se resume a uma dicotomia, mas à necessidade de o Estado e as empresas oferecerem condições mais equilibradas e sustentáveis.

Ao final, o seu vídeo deixa claro um ponto fundamental: o debate não é “CLT contra autônomo”, mas sim “que trabalho queremos ter”? Se o objetivo é liberdade, é preciso entender os custos dela; se a aposta é na segurança formal, é vital que esse modelo evolua. A mensagem de Ana Paula Mendes é inequívoca: decisões conscientes, com base em dados — como os da FGV — e reflexões profundas são o caminho para um mercado de trabalho mais justo e compatível com o novo estilo de vida que se quer construir.