O primeiro episódio do Ana&Você, novo projeto da jornalista Ana Paula Mendes, trata do avanço das redes sociais. Elas trazem benefícios e geram negócios, mas podem mexer com a nossa autoestima. Alerj discute educação digital nas escolas para abordar uso das redes.
A partir desta semana, o conteúdo político do Verdades com a Ana, da jornalista Ana Paula Mendes, está sendo substituído por um novo projeto: o Ana&Você. São vídeos curtos, mas com informações relevantes, sobre temas sugeridos pelos seguidores de Ana Paula nas redes sociais. Os vídeos serão publicados sempre aos domingos, terças e quintas no Instagram, no Facebook e no canal de Ana Paula Mendes no Youtube. Conteúdos exclusivos, como entrevistas completas, serão publicados às segundas, quartas e sextas no Youtube.
O novo formato tem uma edição dinâmica; linguagem simples e direta, como pedem as redes sociais, e traz a possibilidade do conteúdo ser compartilhado em qualquer plataforma. Desta forma, é possível divulgar mais informação. Por isso, o Ana&Você trabalha com a conhecida credibilidade jornalística de Ana Paula Mendes sobre os temas sugeridos, possibilitando que a informação correta e de qualidade seja divulgada.
O primeiro episódio do Ana&Você trata de um assunto relevante hoje em dia: o uso das redes sociais. O Brasil é o terceiro país do mundo no uso das redes sociais. Segundo o Instituto Comscore, que trabalha com pesquisas sobre redes sociais, em média, é como se o brasileiro ficasse quase dois dias inteiros, por mês, conectado nas principais plataformas. O desafio é fazer o uso saudável das redes. Nesse ranking, o país está lá atrás. De cada 10 pessoas que usam a rede social no Brasil, apenas 3 fazem o uso saudável desse hábito.
Neste episódio, a jornalista Ana Paula Mendes foi até um espaço que é cenário fácil para muitas publicações nas redes sociais: uma academia. Por lá, é comum ver os alunos treinando e, ao mesmo tempo, tirando aquela famosa foto que vai para o perfil virtual com o famoso "tá pago". O empresário Marcus Bustamante, dono da academia, contou que monitora a dedicação dos alunos aos treinos pelas redes sociais. Além disso, para ele, essas plataformas são um negócio. "Hoje a rede social é nossa principal ferramenta de divulgação do nosso trabalho".
Ana Paula Mendes questionou a personal trainer Verônica Araújo sobre as comparações feitas nas redes sociais. Tem gente que treina só para postar ou tenta alcançar um físico tido como ideal e massificado pelas redes. "Às vezes, você não está preparando para aquela atividade física. E você extravasa, para além da atividade física, buscar algo que não seja necessário ou mesmo possível, né?", disse.
Sobre esse tipo de comparação, Ana Paula Mendes conversou com a psicóloga Analu Ramos. Ana Paula abriu a conversa dizendo que acredita que rede social seja como "fumaça engarrafada", ou seja, muita aparência. "O excesso dessa exposição faz com que a pessoa receba likes, curtidas, que alimentam a pessoa, diminuindo a autoestima porque ela fica refém para construir aquela imagem para ter aprovação do outro, né?", disse.
A conversa também abordou o uso das redes sociais pelas crianças. Você sabia que elas não podem ter um perfil? As principais plataformas, como o Instagram, o Facebook e até o Tik Tok, só permitem acessos a partir dos 13 anos. Difícil é impedir que os pequenos tenham acesso às redes. Dos 9 aos 17 anos, praticamente todo brasileiro tem acesso à internet. A professora Andressa Cerqueira, que tem filhos, falou com Ana Paula sobre como tenta controlar o acesso na casa dela. "A criança se nega mesmo a estar com os pais ao ar livre. Na maioria das vezes, eles não querem brincar, não querem sair de casa, porque tem o celular, o computador ali.
Então fica bem claro para gente a necessidade de ficar só ali na tela e isso é muito perigoso para os nossos pequenos", disse. A psicóloga também falou sobre esse assunto. "Os adolescentes, eles estão construindo a formação da personalidade deles e essa visualização da internet como perfeita faz com que eles entendam que a vida é perfeita. E cabe aos pais trazer esse norteador, né, esse limite, distanciar a pessoa da rede social, para que ela possa construir a vida fora da rede social, no real, né?", disse.
As redes sociais também são uma importante fonte de receitas hoje em dia. Só no primeiro semestre do ano passado, elas movimentaram R$ 16 bilhões. Não é para menos. Mais da metade dos consumidores está por lá.
Além da venda de produtos usando essas plataformas, tem muita gente, literalmente, vivendo de likes. É o caso da influencer de Cabo Frio, Natália Donato, que tem mais de 115 mil seguidores só no Instagram. A dedicação às redes começou na adolescência, com vídeos de humor. "Só tinha um celular, um telefone e um sonho, colocava na janela do banheiro, que tem iluminação melhor, para gravar os vídeos", contou.
Mas a fama nas redes sociais exige cuidados. "Tem algum momento que você fala assim, cansa um pouco?", perguntou Ana Paula Mendes. "Tem. Tem gente que se aprofunda muito na nossa vida real", confessou a influencer. "Hoje em dia a gente tem que saber lidar com as pessoas no digital. A gente tem que fazer o conteúdo pensando na forma de interpretação das pessoas também", sugeriu.
E o papo continuou. "Hoje em dia, as pessoas querem na rede social, elas querem você, elas querem naturalidade", disse Ana Paula. "E o você, é o jeito que você acorda, às vezes, um dia realmente você está triste, no outro você está feliz. Naturalidade, nada vende a naturalidade", concluiu. "A internet proporciona bastante coisas boas para gente, tem que saber aproveitar isso, ser bom para gente e seguir", finalizou Natália.
LEGISLAÇÃO - Regulamentação das Redes Sociais no Brasil
No Brasil, atualmente, não há regulamentação específica para as redes sociais. Essa ausência tem sido objeto de discussões, e muitos especialistas defendem a necessidade de normativas, principalmente para coibir a disseminação de mensagens de ódio e notícias falsas. Esse debate também está em pauta no Congresso Nacional.
No estado do Rio de Janeiro, existem projetos na Assembleia Legislativa (Alerj) que buscam abordar o uso responsável das redes, especialmente entre estudantes da rede pública. Uma proposta nesse sentido é do deputado Atila Nunes (PSD), que propõe a criação da Política de Educação Digital nas Escolas. Tratando-se de um projeto de Cidadania Digital, a iniciativa visa estabelecer um ambiente virtual saudável e promover a alfabetização digital, incentivando o uso consciente da internet e das redes sociais no estado.
Na justificativa do projeto, o deputado destaca a revolução na comunicação trazida pelas redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas. Contudo, alerta para os novos comportamentos e perigos associados ao amplo acesso à internet.
O crescimento dos crimes cibernéticos, especialmente envolvendo crianças e adolescentes, é uma preocupação central. Um estudo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) revelou que 80% das crianças e adolescentes brasileiros utilizam a internet ou têm perfis em redes sociais.
A pesquisa TIC Kids Online Brasil, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do NIC.br, destaca que oito em cada dez crianças e adolescentes de 9 a 17 anos são usuários de internet, com 93% deles acessando a rede pelo telefone celular.
A TIC Educação, também do Cetic.br, aponta que 48% dos alunos afirmam ter recebido orientações de seus professores sobre o uso seguro da internet, e 39% relatam ter sido orientados sobre o que fazer caso algo os incomode na internet.
Diante desse cenário, a Cidadania Digital se apresenta como uma medida essencial para a proteção pessoal e promoção de comportamentos adequados online. Em um contexto em que as notícias falsas se proliferam, a desinformação torna-se um problema significativo, destacando a necessidade urgente de educação digital.
Esse programa foi apresentado a parlamentares de 18 países durante a National Conference of State Legislatures (NCSL), realizada de 04 a 09 de agosto de 2019, na cidade de Nashville, Tennessee.
Esse projeto permitirá que as escolas públicas incluam atividades relacionadas à cidadania digital na base curricular, com o intuito de iniciar a formação desde cedo, cultivando valores que preparem as futuras gerações para uma convivência mais segura e consciente no ambiente online.
No próximo episódio, o Ana&Você vai falar de menopausa e reposição hormonal, outro assunto sugerido pelos seguidores.
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