UM ANO DEPOIS, EXPLOSÃO EM LANCHA EM CABO FRIO CONTINUA SEM RESPOSTAS E SEM MUDANÇAS
- Ana Paula Mendes
- 16 de jun.
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Atualizado: 17 de jun.
Um ano após a tragédia que tirou a vida do pequeno Davi, de apenas quatro anos, e deixou nove pessoas feridas — entre elas uma gestante — em uma lancha que explodiu durante um passeio turístico em Cabo Frio, a falta de respostas e de medidas concretas ainda choca. O caso expôs as falhas graves na fiscalização e na regulamentação da locação de lanchas no turismo náutico na Região dos Lagos, e até hoje, a lei que poderia aumentar a segurança para turistas e trabalhadores do setor segue sem sair do papel.
A jornalista Ana Paula Mendes, que há um ano trouxe à tona com exclusividade a informação de que o município não possuía uma legislação regulamentando o setor, voltou ao assunto e gravou um vídeo relembrando a tragédia e cobrando providências. Na gravação, ela ressalta que, mesmo após mobilizações da Marinha, Prefeitura, Câmara de Vereadores e Ministério Público à época do acidente, nenhuma medida concreta foi implementada até agora.
A Polícia Civil indiciou o dono da lancha e o marinheiro que operava a embarcação, mas o Ministério Público ainda não apresentou denúncia à Justiça. A Marinha informou que dois dos três casos de explosão registrados entre maio e junho de 2024 seguem em investigação, ainda na fase de cumprimento de diligências, sem previsão para conclusão. O caso do dia 17 de maio, no entanto, foi arquivado. A Câmara de Vereadores de Cabo Frio disse que o projeto foi arquivado sem mudanças. Procurados pela reportagem há uma semana, a Prefeitura de Cabo Frio e a Associação de Turismo Náutico não responderam. O Ministério Público alegou que só poderá verificar o andamento do processo com o número do inquérito. O pedido foi atendido e aguardamos retorno.
Enquanto isso, a família do menino Davi segue sem indenização, sem reparação e sem justiça. A ausência de regulamentação mantém o setor exposto e a sociedade sem garantias mínimas de segurança. Um ano depois, o silêncio das autoridades ainda ecoa no mar de Cabo Frio.

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