A Realidade por Trás da Fantasia: A Febre dos Bebês Reborn e o Alerta da Saúde Mental
- Brunna Bravo
- 23 de mai.
- 1 min de leitura
Eles têm nome, enxoval, certidão de nascimento e, em alguns casos, até plano de saúde. A nova febre dos bebês reborn — bonecos que imitam recém-nascidos com impressionante realismo — tem ganhado adeptos no Brasil e despertado curiosidade, encantamento e também preocupação. Em todo o país, há registros de adultos levando os bonecos a consultas médicas, mulheres simulando amamentação e até casais disputando judicialmente a “guarda” dos bonecos após separações.
O assunto ganhou força nas redes sociais com relatos cada vez mais extremos envolvendo esses bonecos. Em meio à repercussão, a jornalista Ana Paula Mendes também entrou no debate, trazendo um olhar jornalístico fundamentado, com dados oficiais e questionamentos pertinentes. “A fantasia não pode ocupar o lugar das relações reais. Entre o encantamento e o exagero existe um ponto de equilíbrio — e é lá que mora a saúde emocional”, afirmou Ana Paula em um vídeo que levanta reflexões importantes sobre saúde mental.
O fenômeno já chegou ao poder público. Vereadores em alguns municípios propuseram o “Dia da Cegonha Reborn” e, no Congresso, há projetos que buscam coibir práticas que tratem bonecos como seres humanos ou animais de estimação. Enquanto isso, no mundo real, mais de 4 mil crianças e adolescentes aguardam adoção no Brasil, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça.
Diante desse cenário, psicólogos reforçam a importância de refletir: qual dor estamos tentando silenciar? Quando o afeto é transferido para um objeto inanimado, pode ser sinal de que algo mais profundo precisa ser cuidado. Afinal, bonecos não sentem, não sofrem, não têm direitos — mas as pessoas, sim.

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